Mau hálito ou halitose não é uma doença e sim, um sinal ou sintoma de que algo no organismo está em desequilíbrio, que deve ser identificado e tratado.
O nome Halitose, termo médico para designar o mau hálito deriva do latim Halitus que significa ar expirado.
Tipos de Halitose
- A halitose fisiológica relaciona-se a diminuição do fluxo salivar durante o sono: existe um fluxo mínimo de saliva durante o sono. Assim, ocorre putrefação de células epiteliais esfoliadas que permanecem retidas durante esse período ocasionando um odor desagradável, o qual desaparece após a higienização oral pela manhã, restabelecendo o fluxo salivar aos valores normais.
- A halitose provocada por medicamentos se deve ao fato de que algumas drogas podem alterar a sensação de gosto e olfato como: sais de lítio, penicilina e tiocarbamida, causando halitose subjetiva, ou ainda podem ser excretadas através do pulmão. Alguns medicamentos antineoplásicos, anti-histamínicos, anfetaminas, tranquilizantes, diuréticos, fenotiaminas e outras drogas provocam diminuição do fluxo salivar ocasionando o mau hálito.
- Halitose imaginária, halitofobia ou halitose psicossomática: ocorre em pacientes que apresentam alteração no olfato e passam a acreditar que possuem halitose, porém outras pessoas não detectam o fato.
Diagnóstico e Tratamento
A halitose não é uma doença, mas um sintoma de que algo não vai bem no organismo. Por isso, é fundamental determinar a causa do odor desagradável na boca, para introduzir o tratamento que, ás vezes, pode exigir a participação de especialistas em diferentes áreas.
É possível medir o grau da halitose utilizando aparelhos como o halímetro. Existem alguns modelos portáteis que permitem aos pacientes controlar a intensidade do distúrbio.
- ONDE É ORIGINADO E QUAIS AS CAUSAS?
-ORIGEM BUCAL (de 90 a 95 % dos casos)
-ORIGEM EXTRA-BUCAL ( de 5 a 10 % dos casos)
As causas da halitose conhecidas são mais de 60 e as causas bucais correspondem a mais de 90% dos casos. Dentre as causas mais importantes e comuns originadas na cavidade bucal, temos a saburra lingual e as doenças da gengiva (gengivite e periodontite).
- QUAIS AS PRINCIPAIS CAUSAS?
2) Menor produção de saliva (por isso, o odor matinal é sempre mais forte do que os que ocorrem durante o dia);
3) Ressecamento da boca decorrente de jejum prolongado, desidratação, exposição ao ar condicionado, estresse, uso de certos medicamentos, assim como respirar pela boca e falar por muito tempo;
4) Presença de saburra lingual, isto é, de uma placa bacteriana esbranquiçada, amarelada ou amarronzada, que se forma no fundo da língua;
5) Consumo excessivo de álcool;
6) Infecções como amidalites, sinusites, etc.
Observação: Como causas de origem extra-bucal, consideramos as causas de origem nas vias aéreas superiores e as de origem metabólica ou sistêmica, vindas de dentro do organismo.
Nas causas do mau hálito originado nas vias aéreas superiores, os principais responsáveis são os cáseos amigdalianos, e de origem sistêmica ou metabólica, temos o jejum prolongado, a ingestão de alimentos odoríferos (capazes de alterar o hálito), o diabetes não compensado, a hipoglicemia e as alterações hepáticas, renais e intestinais como causas principais, mas que como vimos acima, correspondem somente a uma porcentagem muito pequena dos casos.
Cáseos Amigdalianos ou Caseum, o que são?
A amigdalite ou tonsilite crônica caseosa, também chamada de amigdalite críptica, é relatada como uma sensação de desconforto ou irritação frequente na garganta e se caracteriza pela eliminação de cáseos amigdalianos, isolada ou associada a outros sintomas como a halitose, sensação de corpo estranho ou amigdalite de repetição.
Tais sintomas podem, ainda, ser acompanhados de hiperemia (vermelhidão) e hipertrofia (aumento) das amígdalas, sem hipertermia (aumento da temperatura), e geralmente desaparecem após a eliminação do cáseo. Esta enfermidade pode ocorrer em qualquer idade, inclusive em indivíduos que nunca tiveram sintomas nas amígdalas.
Cáseo amigdaliano, também chamado de caseum, tonsilolito ou popularmente, bolinha na garganta, se forma em pequenas cavidades existentes nas amígdalas, denominadas criptas amigdalianas. O cáseo é uma massa viscosa e seu nome deriva do latim caseum, que significa queijo, assemelhando-se assim a uma pequena “bolinha de queijo” com um odor forte e desagradável.
Os cáseos amigdalianos podem ser expelidos durante a fala, tosse ou espirros, ou ainda, têm de ser retirados das amígdalas mediante a utilização de instrumentos.
Os cáseos amigdalianos são um problema que afetam uma significativa porcentagem da população, sem haver até recentemente um método simples, econômico, seguro e não invasivo de tratamento conservador.
A presença de cáseos pode favorecer o aparecimento de inúmeras desordens bucais e sistêmicas, como a saburra lingual, a doença periodontal, mau hálito (halitose), amigdalites, entre outras, além de afetar as relações interpessoais (profissão, casamento e vida em sociedade) devido à alteração no hálito que ele provoca.
Os tratamentos propostos, até o momento, são clínicos, através do uso de antiinflamatórios, de gargarejos com soluções salinas e anti-sépticas, sem resultados satisfatórios, ou cirúrgicos, através de amidalotomias e amigdalectomias convencionais ou conservadoras, utilizando-se o laser que mantêm parte das amígdalas e que consiste na remoção de parte das cavidades (criptas amigdalianas) em uma sucessivas intervenções cirúrgicas.
As doenças da gengiva bem como várias outras causas de alteração do hálito de origem bucal (dentes semi-inclusos, excessos de tecido gengival, feridas cirúrgicas, cáries abertas e extensas, próteses mal adaptadas, abscessos, estomatites, miíase, cistos dentígeros e câncer bucal) podem ser facilmente identificadas e tratadas .
Crença de o estômago ser o maior causador do mau hálito, talvez seja o maior mito na área de saúde da atualidade, que graças aos esforços da Associação Brasileira da Halitose e de seus associados, vem sendo desmistificada.
SABURRA LINGUAL, LÍNGUA BRANCA OU LÍNGUA SABURROSA:
De acordo com a Associação Brasileira da Halitose:A Saburra lingual, também conhecida por Biofilme lingual ou por Língua branca, Língua esbranquiçada ou Língua saburrosa , é uma placa bacteriana esbranquiçada, podendo ainda ter a coloração amarelada ou amarronzada, que se forma na parte posterior (fundo) da língua. Esta placa é originada quando há a diminuição da produção de saliva ou uma descamação epitelial da mucosa bucal (minúsculos pedacinhos de pele que se desprendem dos lábios e bochechas) acima dos limites normais (ou fisiológicos) ou ainda, em ambas as situações. Atualmente, a saburra lingual é reconhecida como a maior responsável pelo mau hálito (ou halitose).
Pesquisas recentes demonstraram que a principal região anatômica responsável pelo mau hálito é a área posterior da língua, no fundo da cavidade oral. A explicação é simples: essa região, além de receber um fluxo diminuído de saliva, contém grande número de pequenas criptas nas quais as bactérias podem alojar-se. Nesse local privilegiado, elas digerem as proteínas dos restos alimentares ali retidos e as contidas no muco que goteja imperceptível dos seios da face na direção da faringe (gotejamento pós-nasal).
A saburra lingual, as doenças da gengiva(gengivite e periodontite) e os cáseos amigdalianos estão presentes em quase 100 % dos casos de alterações do hálito de origem bucal, pois embora estes últimos sejam uma causa de halitose de origem nas vias aéreas superiores, a alteração no odor do hálito se manifesta através do ar expirado pela boca, pois as amígdalas se localizam à porta da cavidade bucal, na orofaringe.
Esta descamação excessiva de células que facilita a formação da saburra lingual pode ser causada por inúmeros fatores, como a respiração bucal, o ronco, o uso de enxaguatórios com álcool, uso de aparelhos ortodônticos, hábitos de mordiscamento dos dedos, lábios e bochechas, entre muitos outros
MAU HÁLITO PIORA COM ENXAGUATÓRIOS COM ÁLCOOL
Todos os produtos que alegam ter um efeito positivo sobre o mau hálito (halitose), não devem conter álcool.
O que ocorre é que o álcool contido nestes produtos, especialmente os enxaguatórios (conhecidos como enxaguantes ou colutórios), provocam a halitose, por promover um ressecamento na mucosa bucal (lábios e bochechas), que irá descamar devido a este ressecamento, ou seja, soltar minúsculos pedacinhos de pele, que serão degradados pelas bactérias proteolíticas.
Resumindo: os produtos que fazem propaganda em serem benéficos para o mau hálito na verdade somente agravam a halitose.
Como já foi dito, a saburra lingual é a causa mais frequente de halitose, portanto torna-se clara a necessidade de um método de limpeza da língua que seja eficiente, de fácil realização e confortável (causando um mínimo de ânsia e náusea), para o efetivo controle e prevenção do mau hálito, bem como de doenças que possam estar relacionadas com a sua presença.
Existem meios de diminuir a formação da saburra lingual como, por exemplo, aumentando o fluxo salivar, se houver necessidade, ou diminuindo a descamação excessiva de células da mucosa bucal, através do tratamento de suas causas. No entanto, estes métodos podem demorar a ter resultados, ou ainda, ter resultados parciais. Portanto, fica claro que o sucesso no tratamento do mau hálito é diretamente ligado ao efetivo controle da saburra lingual.
Desta forma, torna-se fundamental uma técnica de limpeza da língua que seja eficiente, pois ela é o principal passo para o controle satisfatório da halitose, sendo a remoção diária da saburra lingual um procedimento essencial à manutenção de um hálito agradável.
Evitando a Halitose
-uso de fio dental e boa escovação, limpando também a língua, após qualquer refeição;
-consulta regular ao dentista;
-realização de bochechos com produtos anti-sépticos;
-ter uma dieta balanceada e evitar comer entre as refeições;
-beber pelo menos dois litros de água por dia;
-controlar o estresse;
-evitar o excesso de comidas gordurosas, cigarros, café, frituras.
-Evite permanecer muitas horas sem alimentar-se; o jejum prolongado favorece o aparecimento da halitose.
Prevenção
Seja qual for a causa da halitose a higiene bucal é fundamental para o sucesso do tratamento, além da eliminação da sua respectiva causa. É imperativo que além da escovação e do uso do fio dental promova-se a periódica limpeza da língua após as refeições e ao deitar, evitando o acúmulo de bactérias. Consultas odontológicas devem ser estimuladas, principalmente quando o paciente for portador de várias restaurações, próteses fixas ou adesivas, pois as mesmas podem estar com áreas que retenham restos de alimentos.
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